30 de nov. de 2010

o mago dos meus sonhos

O coração pulsava lentamente. E ela, estava deitada sobre aquela proteção de quem um dia fez com que nada parecesse protegido. Naquele instante, ela estava sob a vigia de um mago, o qual poderia a qualquer momento, enfeitiçá-la e a cobrir de um imenso e terrível pesadelo. Ela poderia estar preocupada. Mas ela sabia que aquele mago nunca lhe faria nada, não por falta de coragem, mas por sentir por ela algo bem maior que ódio. Ela o admirava. Apreciava com carinho cada segundo que ele passava ao seu lado. Sentia o calor de sua alma, e percebia o olhar cansado. Aquele mesmo olhar que um dia havia passado por coisas que até Deus duvidaria, aquele olhar sofrido. Sofrido por não conquistar o que deseja na maioria das vezes, sofrido por pensar mais nos outros do que nele mesmo, um olhar de vencedor. Estava quase na hora de partir. Ele, neste momento deitado com ela, havia adormecido. Adormecido sobre o desejo e a vontade de um dia poder estar junto dela, no mesmo lugar, na mesma hora... mas não precisar ir embora, não precisar abandoná-la novamente. O badalar do relógio soava meia noite. Ele precisava ir. Precisava deixá-la lá, sozinha, novamente. Ela, já não estava mais preocupada com o fato de ele abandoná-la. Isso já havia acontecido uma vez. Ela apenas pensava, confusa, na provável suposição: "se eu o beijá-lo, ele se transformará num príncipe?". Mas logo desistiu, pois ele nunca havia se mostrado como um sapo. O mago, notou naquela noite, a expressão que vinha daquele rosto sensível e preocupado. Preocupado sim. Ele sabia disso. Ela iria ficar sozinha, havia motivos para a preocupação. Ele fez de tudo para ficar até a última badalada com ela. E, no decorrer do tempo, ele a olha com aquele mesmo olhar. Porém, o sofrimento já não se fazia presente. Ele faz o pedido. Ela sabe que não era verdadeiro, mas o prazer que ele teve ao pedir, foi maior que a certeza de o pedido ser verdadeiro. Ela agora já não estava mais preocupada. E por quê? Porque ela sabia que ele voltaria. Ele sempre volta.

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